segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ensaio político: Sem alternativas

Sócrates disse que o povo falou claro. Eu digo que o Povo não tem alternativas. infelizmente Portugal vê-se a braços com uma corja de políticos incompetentes onde a escolha reside entre o burlão, o ladrão, e o esfarrapado.
O retracto actual de um politico português é de um sujeitinho bem falante, que aperta a mão a quase toda a gente, ajeita uns negócios para a família e amigos e só prepara dois discursos para as legislativas... "Teve uma extraordinaria vitória eleitoral" Perdeu a maioria isso sim! mas nada de discursos derrotistas a não ser seja mesmo evidente...
A evidencia está ai... Portugal não tem alternativas... Em quem vamos votar?
Numa pré-reformada que já fez a sua carreira com apupos e assobios? Como é possível que o PSD não apresente um melhor candidato?
Os outros partidos são simplesmente demasiado à esquerda, e pequenos para inspirar confiança, pensa o povo... O povo sente segurança na palavra "Socialista" e "Democrata". Os palavras "esquerda" e "comunista" são palavras que causam receio e desconfiança...
Mas vou-vos dizer... realidade é que os partidos hoje em dia já não seguem as ideologias que os fundaram. Os partidos de hoje em dia são tão fluidos como as pessoas que os compõem, cm uma ideologia base, mas capazes de mudar de camisa mais de pressa que o Ronaldo...
A minha perspectiva de um politico (português... felizmente por esse mundo existem bons exemplos) é má. É certo que quem não pecou que atire a primeira pedra... Mas estamos a ver casos chapados de corrupção e interesses políticos/económicos pessoais passarem à nossa frente. E vemos isso no nosso principal corpo politico.

A realidade é que há em quem votar. Simplesmente temos que deixar os nossos receios e dar as rédeas a alguém que ainda não tenha desapontado Portugal. Temos que dar uma hipótese ao outro lado para dar uma hipótese a Portugal. Portugal não aceitou o desafio e sente mais confiança na continuidade... Vamos ter mais um mandato em que o PS, mesmo sem a maioria, vai tentar liderar o pais segundo a sua 'ideologia'...

Portugal vai ter que aprender da pior maneira que talvez "socialista" e "democrata" não sinonimo de integridade, justiça, liderança, futuro...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Ensaio político: A questão do TGV

Em tempos de irmos a votos sinto estamos em falta ao não falarmos das opções que Portugal tem pela frente quando chegar aquele dia em frente à mesa de votos.
Decidi começar esta maratona pela mais recente promessa politica. A Manuela Ferreira Leite disse que voltar atrás com o a megalomania do TGV.
Antes de mais tenho a concordar que estamos a falar de uma megalomania.

Vamos lá aos factos que nos estão a ser dados (através do positivismo politico):
  • A promessa do TGV é de poder fazer uma viagem Lisboa Madrid em menos de 2:45 horas
  • A linha Lisboa Madrid será capaz de efectuar a viagem a uma velocidade de cerca de 350km/h
  • O custo de uma viagem Lisboa- Madrid custará cerca de 100€ (curiosamente bilhete entre Roma e Paris , distancia consideravelmente maior, custa apenas 120€... Deve ser porque somos ricos...)
Os factos reais/actuais :
  • A viagem actual de comboio entre Lisboa e Madrid demora cerca de 10h(parte às 22:30 PT e chega ás 9H ES); Um bilhete de ida custa 60€ no minimo
  • Este serviço é segundo pude verificar, é efectuado pelas locomotivas 1930, que tem uma velocidade máxima de 120km/h (ou seja temos estado a dormir nos últimos anos à espera disto).
  • O comboio faz várias paragens de 20 minutos (ou seja, mais bem planeado poderia demorar menos tempo).
  • Entre 1995 e 2004 investiu-se 860 milhões de euros para reduzir o tempo de viagem Porto Lisboa de 3:00 para 2:55... O plano final é reduzir isto 2:20 (a reduzir-se as paragens) a um custo total de 1,4 milhões de Euros. Que é que isto vos diz acerca do futuro do TGV feito por portugueses?
  • A actual linha é capaz de suportar o comboio pendular (estimativa minha através da analise das bitolas em uso) o que com algumas melhoras , que deveriam ter sido feitas nas últimas décadas.
  • Um bilhete de avião Lisboa- Madrid custa entre 15 a 100€ ida e volta e demora perto de duas horas portanto enquanto o petroleo não acabar ou não emigrarmos para Madrid com a casa ás costas, o TGV é mais caro e demora mais tempo.

E depois dão expectativas de que esta nova empreitada seja financeiramente viável a competir com lowcosts, autocarros e outros serviços de comboios mais baratos (que demorarão mais algum tempo)...
Promessas de uma viagem em menos de 3h quando uma low cost a faz em menos de duas horas (se passarmos pelo check-in online) e a um preço ida e volta inferior a uma viagem de um sentido no TGV.
A RAVE (http://www.rave.pt/tabid/233/Default.aspx) existe desde 2000, apenas a planear o futuro e providenciar factos a favor do TGV ( a informação que obtive no site deles não me convenceu pelo facto de que não conseguem justificar que isto é uma mudança economicamente viável).
O actual pendular veio com promessas de atingir uma velocidade máxima de 250Km/h (que é o que a locomotiva pode fazer) mas nas minhas viagens Porto-Lisboa nunca o vi passar dos 200km/h. Pela mesma perspectiva, o TGV não passará dos 300.. vai ser mais rápido ? Vai! Vai demorar apenas 2:45m de Lisboa-Madrid? Não! Vai ser mais rápido do que o actual comboio apenas porque nas últimas décadas temos estado à espera do espírito santo em vez de se ter melhorado a incrementalmente aquilo que se tem.

Infelizmente não sou um perito mas a minha análise leva-em a pensar que a adaptação do actual percurso para pendular seria um esforço menor para o pais e podiamos em vez de ir fazer pontes para Espanha, melhorar a linha ferrea de NORTE a SUL (Sul até ao Algarve) para em vez de se passar uma noite em viagem, fazer esta viagem em... 5-6h ou menos.

Mas... Mas isto não quer dizer que eu concorde com a Sra. MFL.
É mais do que certo que o TGV não será viável por muitos e muitos anos (ainda vai surgir o TGV+++ antes de esta empreitada ser rentável para o pais) e não passará de mais um tacho para os nossos políticos e os seus coleginhas, e um rombo nos bolsos de Portugal (do povo português neste caso).
Mas parece-me a mim que a MFL atirou uma promessa politica a duas semanas das eleições apenas com perspectivas a ultrapassar os seus opositores. Cancelar um projecto que anda a ser planeado desde o século passado é deitar fora todo o investimento das últimas décadas (em estudos, planeamentos e sonhos de investimentos). Portugal não ficará bem visto lá fora cada bem que mudam as cores, mudam as politicas, cancelam-se todos os investimentos e fazem-se outros (torna-se inseguro investir em Portugal)

Se o vai fazer ou não não sei (pessoalmente não acredito que ela tenha força ou mesmo vontade para ir contra os interesses já enraizados) mas parece-me que a MFL terá dado um tiro no próprio pé. A campanha já começou à meses mas a duas semanas das eleições decide-se por dizer não ao TGV? Parece-me mais desespero político face a um adversário do que determinação política (ou essa lenga lenga de uma camanha de verdades políticas! O TGV ou a ausência dele já é uma verdade política à anos).
O português eleitor é uma criaturazinha individualista e com apenas interessada no que é seu e se bem que o TGV vai estourar com o resto de Portugal, é um investimento que vai criar investimentos e devolver alguns desses investimentos económicos... nas áreas circundantes... Estamos a falar de Lisboa obviamente uma área já preenchida de investimentos (aeroportos, autoestradas, pontes e TGVs) mas que nunca é demais. E esta promessa de acabar com o TGV vai deixar muita gentinha, já com expectativas surgimento de mais oportunidades na capital, desanimada.

Por mim, dêem tiros nos próprios pés, cancelem o TGV e já agora minha sobremesa; traga-me só o café e a conta!