sábado, 31 de janeiro de 2009

Sarah (In)Palin


Ao longo da minha - já não tão curta mas decididamente ainda não longa - vida fui aprendendo meia-dúzia de coisas. Uma delas é não acreditar em partidos. Acredito em pessoas, mas só naquelas que conheço ou que foram dando provas da sua seriedade e/ou capacidade. No entanto, nas recentes eleições americanas, estava decididamente de um lado. De quem? Do outro lado da sara palin (falhou-me o Caps Lock e o Shift). O Obama parecia-me "claramente" uma boa hipótese e, para já, tem confirmado, tomado medidas interessantes e inteligentes. Mas o meu lado era mesmo o do outro lado da sara palin (porcaria de teclado, sempre a falhar-me as maiúsculas).

A palin tem feito, ao longo do tempo, um ataque anormal e feroz à vida animal. E aqui, ao usar a palavra animal, estou a pensar no sentido literal da palavra, não naquelas pessoas em que vocês estavam a pensar. O seu departamento de "Fish & Game" aprovou uma política agressiva de tiroteio para as mães "lobo" e suas crias. Essa informação chegou-me através de uma newsletter que recebo de um sítio que considero interessante: http://www.defenders.org/

No entanto, como gosto de confirmar as minhas fontes, fui investigar o sítio do "Alaska". Aí cheguei ao ponto mais deprimente e degradante da questão: http://www.admin.adfg.state.ak.us/license/prices.html

Ao longo da minha - já não tão curta mas decididamente ainda não longa - vida fui aprendendo meia-dúzia de coisas, mas uma delas não foi que existia uma tabela de preços para a barbaridade.

P.S: Irei processar esta informação e colocar um novo post, mas fico à espera de comentários à barbaridade de uma tabela de preço deste tipo... Aceito ideias para fazer uma lista deste tipo para "coisas" que realmente mereçam ser abatidas.


O melhor Hostel da europa e quem sabe do mundo

Reparei agora que os hostels (Pousadas da Juventude) de Lisboa foram considerados pelo site hostelworld como os melhores do mundo neste mês. Aliás, conseguiram o primeiro, segundo, terceiro e oitavo lugar. Num evento chamado Hoscars e que o prémio é atribuído através da apreciação dada a cada hostel pelos utilizadores do site já referido.

Eu nunca fiquei alojado em nenhum dos hostels que ficaram nos primeiros lugares, mas já pernoitei em alguns hostels por essa Europa e Austrália. Inclusive já dormi no Rolls-Royce dos hostels (Auberge de Jeunesse em Liège segundo o "Guide du Routard").
Mas nenhum Hostel, para mim, foi tão bom como um pequeno hostel, perdido no meio das Highlands na Escócia. Perto de Carrbridge, uma vila construída em torno da ponte mais antiga da Escócia, fica o Slochd Mhor Lodge.
Este é um hostel tradicional escocês, construído em madeira, asseado, é sem dúvida o hostel melhor para se passar umas noites. O dono é bastante simpático, apaixonado pela sua esposa, deu-nos de jantar (às 20 horas não se consegue encontrar nenhum restaurante aberto por aquela região) e como bom escocês sugeriu-nos que partíssemos as pernas a quem nos fez mal.
Parabéns a Lisboa mas sem dúvida Slochd Mhor Lodge seria o meu primeiro lugar na lista.

tradição actual

É indiscutivel a importância sócio-cultural da tradição - tem de ser indiscutível! A raiz de um povo, a história de uma região... Mas estará a tradição condenada a ser um arquivo de memórias?... Existirá algo que possa ser considerado de tradição activa?...

A música, a dança, os costumes de raíz surgem associados ao quotidiano das pessoas: cantava-se no trabalho para marcar o ritmo e dançava-se na eira para comemorar a colheita. Hoje em dia, a música e a dança deixaram de estar associadas à actividade quotidiana, perdeu-se a espontaneidade... perdeu-se a tradição. Desta forma, a tradição afunda-se , cada vez mais, no baú das memórias...

Mas esse baú empoeirado está repleto de material rico e diversificado que pode ser recuperado. No entanto, não podemos recuar no tempo, ignorar todas as influências exteriores que recebemos e, esperar que, de repente, desatemos todos aos saltos na praça a dançar o vira na saída do trabalho ou a entoar o cante alentejano, de braços dados, na paragem do autocarro! A recuperação da tradição, passa obrigatoriamente por uma nova interpretação.

O músico não tem de ser antropólogo, mas, ainda que a sua preocupação não seja documental, a tradição oferece-lhe um manancial de material de trabalho único. Ou seja, quer por valores antropológicos, quer por valores puramente artísticos, a procura da memória é um campo que ainda tem muito que dar.

O vira e o cante são antiquados?!... A gaita e o cavaquinho estão fora de moda?!... Actualizemo-los! Enquadremo-los num novo contexto, olhemos para eles com novos olhos, ouçámo-los com novas sonoridades. Ganha o artista que consegue um novo trabalho e ganha o público que recebe um pouco mais de si.

Eu acho que o contributo que nós podemos dar é de assumir que temos coisas absolutamente fabulosas em termos de tradição seja na música seja noutras áreas e que é preciso perdermos o medo de mexer com elas, ou seja pegar nelas ,trazê-las para o quotidiano e construir uma nova identidade a partir delas. Penso que a haver uma lição se assim se pode dizer - e isso também é uma lição que já partilhamos há uns anos - a lição é essa, ou seja, temos de deixar, de uma vez por todas, de termos vergonha de sermos portugueses.

[João Aguardela (1969-2009), recordado no Portugália de 19/Jan]

Muito bem dito!

João Aguardela morreu há duas semanas. Conhecido de todos pela voz da Vida de Marinheiro e do Vamos ao Circo. Reconhecido por alguns como um músico inovador com preocupações culturais. Fazeis alguma ideia do que estou a falar? Quantos de vós conhecem o projecto Megafone? Espreitem lá o Aboio, que deve ter sido a música mais passada.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

EvoluCÃO

Penso que todos concordamos que vivemos num mundo cruel. Se calhar já foi mais, se calhar já foi menos, mas é cruel sem dúvida. 

Quando se diz que o homem foi feito à imagem de Deus, com certeza não será literal. Em que sentido será então? Fisicamente? Não me parece, há coisas bem mais bonitas... Então será psicologicamente?  Isto seria verdadeiramente cruel. Assim como é cruel pensar que o homem é o topo da evolução, o ser perfeito com quem Deus se preocupa acima de todas as outras coisas. 

Tenho dúvidas sobre muitas coisas na minha vida mas, felizmente, também tenho certezas. Tenho a certeza que não somos um topo de gama. Se fossemos um veículo, seriamos um "caterpillar". Só esburacamos e destruímos. 

Que o diga o cão de uma pessoa que mora perto de mim, que quando chove, não tendo onde se abrigar (tem uma casota, mas deve estar bem molhada por dentro) nem sítio tem para onde fugir, fica a dormir de "pé" à chuva. Este espectáculo miserável proporcionado por um imitador de Deus, um topo de gama, um ser predestinado, que muitas vezes se intitulam de "donos" é mais uma das certezas que não merecemos mais o chão que pisamos do que um verme. 

Obviamente tentarei, ainda que com certeza não da melhor forma (de certeza que serei demasiadamente "simpático") abordar a tal pessoa com quem partilho um antepassado comum mais próximo do que com o cão, tentar fazê-lo melhorar a miserável condição do pobre Cão. Tenho dúvidas, e confesso ter receio que esta ainda se vingue no pobre prisioneiro.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

SPAM

Eu devo ser das poucas pessoas no mundo que adora receber SPAM. E não estou a referir-me às latas de carne enlatada de marca SPAM que me dão no aniversário, refiro-me ao correio fixe que se recebe e que nunca se pediu para receber, apesar de o nome da comida ser de facto a origem do nome que dão ao correio não-desejado.
Tudo começou com um sketch dos Monty Python onde uma senhora pedia comida num bar, só havia comida com SPAM e ela não queria SPAM. E depois a gente sabe como os cromos dos computadores são adeptos dos Monty Python, não é por nada que também existe uma linguagem de programação chamada python, entre outras referências....

Mas o SPAM é mesmo muito porreiro, ainda hoje recebi este email:
"O melhor site com pornografia suja com vedetas. Sexo com Gillian Anderson, Scarlett Johansson, Shakira. Grande número de vedetas portuguesas nuas. Vídeo de um sexo inverossimelmente desenfreado de produtores portugueses.
http://www.portugalp***y.eu"

A qualidade do português é acima da média, eu ainda não utilizei palavras como inverossimelmente e desenfreado aqui neste blog.
E depois anunciam o facto de podermos ver a Gillian Anderson a fazer sexo, mas ela já tem mais de 40 anos, eu acho que não quero ver. E um grande número de vedetas portuguesas nuas, às tantas é o Nicolau Breyner....

Há ainda o:
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http://www.WQ9.wesiw***ned.com/gp/default.asp?ID=bw

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"

Além de me oferecer uma quantidade de medicamentos a um preço incrível (embora que não falem em Gurosan), ainda enviam no final do e-mail um conjunto de palavras úteis na língua inglesa. E reparem só na cereja em cima do bolo: são medicamentos g.e.n.é.r.i.c.o.s. e eu nas noticias sempre oiço dizer que os médicos deviam receitar mais genéricos.

Mas a lista de SPAM é longa, eu recebo cerca de 250 e-mails por dia e tento, dentro do possível, responder a todos. Só ganho com isto. Neste momento sou milionário porque acabo de atender a um pedido de ajuda de um senhor na Nigéria que quer retirar a fortuna do país e vai dar-me 25% de toda a sua fortuna, e só tive de pagar as despesas de transferência do dinheiro para activar o processo.



P.S.: Se descobrirem os sites que eu ocultei não os consultem pois são capazes de ficar com os computadores infectados com vírus e outras coisas.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Problemas da actualidade

Tenho que admitir que os meus hábitos de leitura não passam muito pela compra do jornal diário em papel mas se fosse esse o meu hábito, garanto-vos que o expresso não seria a minha escolha. Temos todos o direito a nossa opinião, certo?

Portanto deixem-me explicar-vos como conclui isto. Como já vos expliquei em posts anteriores, eu vou fazendo um apanhado da actualidade através de feeds. Estava eu muito interessado a abrir várias notícias, entre eles os do expresso quando começo a apanhar todas as notícias do Expresso seguidas e qual era o tópico ? Bem a secção era mesmo a de desporto pelo que lá se foi a minha hipótese de por-me em dia sobre coisas de facto úteis.
Depois a primeira notícia, revelava que Portugal é o 5º maior exportador de jogadores. Passei rapidamente á segunda notícia onde descobri que importamos estrangeiros com pouca qualidade... Isso deve querer dizer que as nossas escolas desportivas (de futebol, isto é) devem ter uma qualidade excelente. Compramos barato e vendemos caro, presumo. Claro que investimentos á parte, continuo a não saber de nade realmente importante.
Por fim saltei para a última notícia (como não ando por dentro do desporto nunca me ocorreu que esta notícia fosse acerca de desporto, tanto mais seguida das duas anteriores...). O tópico? Novamente a noticia de exportação/ importação. nem vou discutir o horror de que mais de 50% dos jogadores na I liga são estrangeiros.

Mas é impressão minha ou isto não passa de uma notícia dividida em 3? Será que o Sr. Joaquim já Evangelizou o Expresso?
Os jornalistas estarão a ser pagos ao número de notícias ou haverá falta de noticias em Portugal?
Só peço que melhorem um pouco a qualidade das notícias!
De certa forma se passa com as outras secções. A presidência da republica por exemplo, está actualmente no youtube e no Twitter. Duas notícias para nos dizerem isto? O que vai ser para a semana? O presidente vai abrir um blog? Isto são trivialidades tecnológicas nos dias de hoje!!! Estas notícias consumiram 200 a 350 caracteres cada, para me darem a conhecer trivialidades tecnológicas. O no final do dia, se decidir subscrever ao canal do Twitter, vou ficar a a estar a par das banalidades como a quem o presidente da republica ofereceu as condolências... Se alguém estiver mesmo interessado nestas banalidades, um conselho: subscrevam ao feed do site da presidência da republica.

Se quiserem conteúdos a sério,criticas à realidade portuguesa, subscrevam ao feed do Portugal p'ra frente.

E assim termino de escrever mais um blog sem qualquer conteúdo interessante...

domingo, 25 de janeiro de 2009

Música na rua

Ia eu, no fim de um dia de trabalho, a caminho de casa. Estava um pouco preocupado, a remoer em certos assuntos que em nada contribuíam para a minha felicidade, quando de repente, começo a ouvir em órgão a música "Your song" do Elton John. As preocupações depressa desapareceram e felizes pensamentos ocuparam a minha mente.

Acabou por ser uma surpresa só porque, realmente, estava distraído. Naquele local, todo o dia, está sempre alguém a tocar algo com os mais variados instrumentos. Nesse local e noutros, já ouvi desde "Here comes the sun" com trompete até o "hino da alegria" com violino. As pessoas passam e pequenas esmolas vão deixando.

Com isto quero dizer que acho que falta música em todas as cidades em Portugal. Muito gosto do Natal, quando tenho a oportunidade de ouvi as mais variadas músicas de Natal quando passeio pelas ruas portuguesas. Mas porquê ficar pelo Natal?

Em Londres, onde estou, existem músicos espalhados por toda a cidade, principalmente em locais onde o stress reina. É fantástico ver a mudança de estado quando se começa a ouvir a tal música que tanto gostamos. A cara mais carrancuda (o ingleses usam-na muito) começa a relaxar e, por vezes, esboça até um sorriso.

Se calhar é caro contratar músicos ou a manutenção dos altifalantes. Mas pergunto-me se se criar em determinados locais da cidade condições para alguém tocar, talvez não falte quem, pelas esmolas que as pessoas vão deixando, encontre prazer em tocar em público. Um cobertozinho na rua de Cedofeita, na rua Santa Catarina, no Bolhão, na rua Augusta, na Baixa de Lisboa, nas várias paragens de metro (no metro de Lisboa já há música ambiente), etc. Pessoas a passarem não faltam.

Ainda não há muito tempo, o Jorge Palma lançou um CD numa das estações de Metro de Lisboa. Durante vários minutos, foi possível ouvi-lo enquanto se esperava pelo metro. De certeza muito agradável.

Fica o desejo e a sugestão. Termino com uma das músicas que já me alegrou o dia tocada com um instrumento no mínimo insólito. Viva a música.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Energia nuclear é bem vinda

Eu sou a favor das centrais nucleares. Sou contra o facto de Portugal não ter nenhuma.

Está bem que uma central nuclear é um perigosa se acontecer algum problema nos reactores, mas os acidentes podem ser evitados e apenas em países em que existe uma degradação do sistema (como em URSS dos anos 80) essa manutenção não terá sido levado muito a sério. Hoje em dia existe uma nova geração de centrais que pode ser muito bem implementadas em Portugal com as melhores condições de segurança. Mas atenção não estamos a falar de centrais que foram inventadas ontem, em cima dos joelhos, isto é tecnologia com mais de cinquenta anos de desenvolvimento, seria como nos anos 90 ter medo de comprar um computador com medo que ele lhe explodisse na sala de estar.

A energia nuclear produz lixo nuclear, lixo esse que demora 40 anos a perder a 99,9% da sua radioactividade, parece bastante, mas quanto tempo levará a perdermos as quantidades monstruosas de CO2 invisível liberdade pela combustão de resíduos orgânicos? E podem ser armazenadas pacificamente em locais seguros (ou vendidos a países em vias de desenvolvimento).

Sem dúvida seria uma solução para parar a dependência portuguesa aos super-poluidores carvão e petróleo e seria também a solução para cumprir o protocolo de Kioto.

P.S. No final de escrever este texto reparei que acaba de ser publicada uma notícia sobre a construção de mais centrais nucleares no Reino Unido. Cada central poderá gera cerca de 9 mil postos de trabalho e são consideradas essenciais na política ambiental do país.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Subsídio desemprego alargado em vésperas de eleições ... !

Ouvimos todos os dias que o desemprego está a aumentar.

Mas ao mesmo tempo, quando abro o jornal ou na Internet, vejo variados anúncios onde são pedidas pessoas para trabalhar, ou quando passeio na rua, vejo muitas lojas a pedir trabalhadores.

Mas se há tanta gente assim desempregada como é que há tanto emprego por preencher?
Há excesso de pessoas com determinadas competências e falta destas em noutras áreas, dirão uns. Sem dúvida que é uma das explicações.

Há uns anos atrás, após alguns anos a ensinar, fiquei algum tempo desempregado a receber subsídio de desemprego. Durante esse tempo, tive que me apresentar quinzenalmente na minha junta de freguesia, onde tinha que entregar um papel para me assinarem e recebia outro para ser assinado quinze dias depois. Nem me perguntavam se estava a procurar emprego ou se de algum modo estava a aumentar as minhas competências profissionais.

Assim, compreendo que seja difícil encontrar emprego enquanto estamos a receber um subsídio para o qual não pedem qualquer justificação. Este subsídio, deveria ser um incentivo para de um melhor modo tentarmos, com uma postura dinâmica, dar um rumo (novo ou não) à nossa vida.

E como o subsídio de desemprego temos o subsídio de rendimento mínimo. O que é que preferes? Receber um certa quantia sem fazer nada? ou ter que trabalhar para receber mais 10 euros?

Hoje ao ler o jornal vejo que "Subsídio de desemprego social alargado para 18 meses".

Prolongar subsídios destes, por si só, apenas vêm prolongar a preguiça. Parece-me claro, que o principal objectivo, é a de fazer propaganda política. As eleições estão aí?!!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Hamas proclama vitória

Sendo que esta será a segunda vez em que me debruço sobre este conflito, e até pelo conteúdo do que se segue, talvez seja melhor começar por fazer uma pequena declaração:

"Não tenho qualquer simpatia pelo movimento sionista, nem reconheço qualquer direito a qualquer povo em ocupar território que não é seu de direito".

E também:

"Este post é idiota."

Hoje fui confrontado com a notícia: "Mahmoud Ahmadinejad, o presidente do Estado islâmico do Irão, já veio publicamente anunciar a sua satisfação com aquela que considera uma vitória do movimento Hamas(...)".
Não posso deixar de notar aqui uma certa semelhança entre o Hamas e aquela personagem do filme "Kung Pow" que foi treinado ao contrário! "Agora vou aplicar o golpe "murro na minha cara"... toma! Ganhei!!!"

Talvez deva terminar com mais uma declaração:

"Nenhuma guerra é justa e não consigo imaginar nenhum vencedor."

... e uma pequena questão:

A retirada / cessar-fogo unilateral de Israel, estará relacionada com a grande pressão internacional? Com uma súbita tomada de consciência dos governantes israelitas?... Ou com o facto de se aproximar a tomada de posse do presidente dos EUA?

Porreiro pá!

Parece que Bush telefonou a líderes mundiais para dizer “obrigado, e vamos falando”.

Espero que também tenha combinado umas jantaradas ou umas cervejinhas enquanto se está a ver o futebol. E já agora podem combinar umas férias de carro pela Europa, o Berlusconi, porque é italiano, conduz. O Taro Aso (o chefe de estado Japonês) leva a câmara de filmar. O Sarkozy leva as miúdas. O Shimon Peres (Israel) leva o fogo de artifício. O Sócrates é o amigo que nunca é convidado para estas coisas. Ganda malucos.

Também na mesma notícia refere-se que foram preciso 95 pessoas para tirar a comida do frigorífico, levar as últimas caixas, pintar e limpar.... Ou ele tinha 32 frigorícos bem fornecidos de cervejas ou eu nunca tinha visto tanta gente junta sem fazer nada desde que fui àquela reunião da PSP.

Fool me once, shame on you. Fool me twice, shame on me.

Ia colocar como título deste artigo "Calinadas", mas preferi mostrar como é que é a verdadeira versão do provérbio, já que certa pessoa não o foi capaz de dizer.

Apenas no fim se pode avaliar verdadeiramente se alguém é a pessoa certa para um cargo. Antes, apenas poderemos fazer suposições baseando-nos no currículo do individuo, fazendo uma avaliação do seu carácter, olhar para a cor de pele, para as piadas que ele diz, para a confiança que nos transmite, para as promessas que faz, etc. Isto é, temos que nos basear em pressupostos, raramente obejectivos ou seguros, para prever um futuro.

Nos states estamos no ponto onde, por um lado, podemos avaliar um passado e, por outro, tentamos adivinhar para que futuro esta nova personalidade nos poderá levar.

Quanto ao passado, penso que é geral, quanto mais depressa nos pudermos esquecer, melhor. A verdade, inexplicável, é que ele conseguiu ser reeleito e continuar, num segundo mandato, a fazer todo o tipo de calinadas. Diria que a maior de todas a calinadas foi mesmo o acto de um povo que o elegeu. A BBC fez um apanhado das melhores frases dele (rir faz bem à saúde).

Ao futuro, pior todos desejamos que não possa ser. Desejamos já estar bem no fundinho e que agora só se possa subir. A perspectiva que tenho é, que está bem entregue.

Durante este ano, vamos várias vezes a votos em Portugal. Consequentemente, estas eleições poderão implicar transições. Espero que não façamos as mesmas calinadas do povo americano e reeleger um governo mentiroso e incompetente. Apesar de já nos sentirmos bem no fundo, isso não significa que só se possa melhorar, podemos ainda andar a rastejar durante mais uns aninhos.

Votar em quem? Boa pergunta. Não sei, talvez no Obama.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Sócrates considera casamento homossexual

Segundo uma notícia do público, Sócrates considera casamento homossexual. 

Quem é o "feliz" escolhido?


Escolher o partido para aplicar a cunha

Estão quase a chegar eleições. Este ano temos Europeias, Autárquicas e Legislativas e só se o leitor tiver uma tipografia é que não deve escolher um partido, pois vai ter de arranjar clientes para fabricar cartazes e não vale a pena estreitar o mercado a uma só opção. Caso seja construtor civil também não leia isto, continue fiel ao seu presidente da câmara ( retire o seu apoio apenas se reparar que as eleições estão a ir para o torto).

Neste texto vou ajudar o leitor a subir na vida através de um cargo político. Não é difícil, tem apenas de fazer as melhores escolhas. E não se preocupe, nem toda a gente vai seguir o meu conselho logo vai haver sempre gente a pagar impostos e a suportar as suas asneiras e inexperiência no seu novo cargo.

A primeira escolha é: deverá manter ou largar o seu emprego actual? Por uma razão de duplicação de activos eu digo manter. Caso escolha largar deverá candidatar-se a cargo mais bem pagos do tipo: primeiro-ministro, ministro, parlamento, parlamento europeu. Como estes cargos são bem mais difíceis de conseguir e muito mais expostos à comunicação social. - Eu ainda não referi isto, mas nesta ocupação a comunicação social é como a carta "vá para a cadeia" do Monopólio: mesmo se passarmos na casa de partida não recebemos o dinheiro (mas é claro que nenhum político vai realmente preso). - Ora como o objectivo é subir na vida, o objectivo é conseguir juntar o maior número de subornos ao longo do mandato, mas não só... Uma pessoa com postura para estes cargos consegue que lhe paguem o jantar durante o mês inteiro. Uma pessoa realmente capaz consegue, mesmo apenas sendo vereador da cultura de uma junta de freguesia de uma aldeia da beira alta que lhe paguem os jantares todas as noites, o infantário privado dos filhos e os jardineiros da freguesia a tratarem do jardim da casa.


Mas que partido político escolher?

Da Esquerda para a Direita há cinco opções (esqueça os outros, nunca serão eleitos):

BE: Esta é uma má opção para partido político, primeiro: nunca serão eleitos para formar governo, para a Europa elegeram 1 deputado que sinceramente se deve sentir muito sozinho, para o parlamento nacional elegeram 8 que por decreto partidário tem de dar lugar a outros ( que embora pareça porreiro pois duplica o numero de lugares disponíveis, impossibilita a possibilidade de obter uma reforma vitalícia) e elegeram algumas pessoas para câmaras municipais. Segundo porque fica-se com má fama, muito má fama, é daquelas coisas que não se pode colocar num currículo quando se vai a entrevista a uma empresa, especialmente se aparecermos de gravata. O BE não usa gravatas, topam logo que se esteve atrás de tachos...

PCP: Este partido é em quase tudo igual ao BE, defendem os mesmos ideais, vestem-se da mesma forma, lembram-se com saudade da Rússia antiga. A diferença é que conseguem eleger mais deputados. E mais presidentes de câmara. Especialmente no sul do país. Não tente ser do PCP no norte é simplesmente absurdo, nunca irá a lado nenhum. Se for eleito para a Europa então terá um teste especial, um género de pré-requisito, vai ter de conseguir submeter o maior número de leis no menor número de tempo, mas não se preocupe que nunca ninguém as vai ler (É assim que se trabalha por lá).

PS-PSD: Estes dois partidos eu agrupei-os porque na verdade eles são o mesmo! Exacto. Veja bem! Qual é o melhor método de se estar sempre no poder? Basta dividir um grande grupo em dois e uma vez vai para o poder um, depois o outro (Era como dividir o Macdonalds em duas grandes cadeias de restaurantes, ao almoço você come o Big, à noite janta o Mac e varia). Têm ambos os mesmos ideias, ambos tentaram pertencer à internacional socialista (embora o PS teve mais sorte aqui). O estilo de governo é sempre o mesmo, nunca se nota as diferenças. E o melhor é que eles são eleitos para tantos cargos que mesmo sem querer você acaba eleito, e como elegem muita gente 80% dos eleitos nem sequer precisa de mostrar trabalho, é só encher o bolso de dinheiro. São os partidos ideais para quem quer ficar bem na vida. Além disto há um extra. Quem não for eleito para nenhum cargo (ou mesmo alguns forem e mesmo assim precisem de colocar algum ao bolso para pagar o jipe) estes partidos vem com uma cerejinha em cima do bolo: os "jobs for the boys", que são aqueles empregos mais bem pagos nas empresas públicas que vão calhar a membros do partido.

CDS-PP: Este partido é igual ao BE e ao PCP, a diferença é que usam gravata, brozeiam-se acreditam em Deus e vão à igreja todos os Domingos. Ao contrário do PCP só tente ser deste partido no norte do País, no sul é estúpido, nunca vai ser eleito. E se for eleito para o parlamento pode-se tentar ganhar a lotaria vendendo-se ao partido da maioria, mas o ultimo gajo a fazer isto ganhou apenas queijo.

Caro leitor, desafio-lhe a candidatar-se! Envie-me depois a sua história de sucesso!


P.S. Na Madeira vale a pena também ser do PND mas só porque deve ser porreiro ir às reuniões com aquele deputado que levou a bandeira nazi para o parlamento regional, o gajo deve ser um danado prás brincadeiras.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Há coisas fantásticas, não há...?!

Esta situação, que vos vou relatar, fez-me lembrar muitos momentos semelhantes que passei durante a minha vida universitária.

Um amigo meu está a estudar numa Universidade pública portuguesa (não vou necessitar de ser muito específico porque acho que toda a gente de algum modo se vai reconhecer nesta situação). Ele até é um aluno razoável, com qualidades até reconhecidas pelos colegas e alguns dos professores com quem teve contacto.

Na semana passada teve um exame, para o qual até tinha despendido bastante tempo a estudar. Durante o exame, viu-se um pouco perdido no meio das questões que lhe foram postas e às quais verificou que não era capaz de responder. Decidiu não entregar o exame, consciente do pouco que tinha conseguido fazer. Após uma situação destas, uma pessoa começa a reflectir sobre o que correu mal durante o semestre, durante o ano, durante o curso e acaba a reflectir sobre a própria vida. Muitas depressões começam assim.

Quando os resultados saíram, num universo de quase 400 pessoas, duas tiveram notas entre 10 e 12, outras duas entre 8 e 10, com um final infeliz para as restantes. Citando o próprio aluno: "Há coisas fantásticas, não há...?!".

Reflectindo sobre a situação, encontrei várias possíveis explicações para o sucedido. As principais são:
1- Os alunos são burros (a média de entrada superior a 15 não quer dizer nada);
2- Os professores Universitários são umas bestas, sem qualquer consciência do que realmente lhes é pedido - ensinar;

Penso que escolher qualquer uma das duas possibilidades, será generalizar demais. De facto há alunos burros (mas longe de serem 99%) e há bons professores universitários. Eu inclino-me mais para a possibilidade 2.

E assim vai o ensino em Portugal.

Faca, faca, faca, faca, ...

Segundo uma notícia do público, o agressor que ontem esfaqueou um jovem de 20 anos que frequentava a 1ª classe antiga (9º ano) foi atirado para liberdade. 

Apesar de não saber o número de facadas que foram dadas, existem muitas mais do que possam parecer.

1º A(s) facada(s) deferidas no jovem estudante;
2º A facada de colocar em liberdade alguém que, com ou sem razão, esfaqueou outra pessoa;
3º As facadas que têm sido dadas com a escola inclusiva. Não me digam que um aluno com 20 anos a concluir o dificílimo, diria mesmo quase impossível de atingir, 9º ano estará bem junto de outros miúdos que eventualmente poderão ter metade da sua idade... 

Finalmente ainda me lembro de outra facada, mas como eu ainda tenho alguma vergonha, não a vou deixar aqui. Mas não hesitem em deixar a vossa vossa facada comentando este post.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Petição entregue na AR quer revogação da lei do aborto sem referendo

Sendo hoje, como na altura, convicto defensor da liberdade de escolha, não posso deixar de me sentir profundamente preocupado com os cada vez mais válidos argumentos dos partidários do não.
A liberalização do aborto, não acompanhada por uma verdadeira promoção/distribuição de métodos contraceptivos ou a universalização da educação sexual nas escolas pode contribuir de facto para um flagêlo social muito grande.
Ou talvez não.
O grande mérito da lei aprovada em Março de 2007 só será visivel lá para 2023 e prende-se com uma questão muito simples (talvez susceptível de ferir sensibilidades e convicções):

"Quem são, na verdade, os bebés que não nasceram?"

- Resultado de gravidezes indesejadas, mães adolescentes, falta de condições para crescer em segurança...

Quando em 2023 se assistir à maior queda dos índices de criminalidade da história moderna, não faltará quem orgulhosamente invoque para si a responsabilidade: "As medidas do governo, a eficiência da polícia, as melhorias extraordinárias de todo o sistema judicial..."

A verdade, no entanto, é que os criminosos não nasceram...

O Bom Pastor

Ontem, numa das minhas raras incursões televisivas, assisti a um programa da SIC chamado "30 minutos". Neste programa dão destaque a 2 ou 3 casos durante... 30 minutos.  O caso que me chamou à atenção foi o do menino Gonçalo que tem um sonho: Ser pastor como o seu pai.

Este é claramente um dos problemas no nosso mundo, o facto de uma criança querer ser pastor tornar-se uma notícia. Analisemos então a profissão. Começo por dizer que não me parece uma tarefa nada fácil. No entanto, vejo nas suas funções pontos interessantes, tais como estar ligado permanentemente à natureza, lidar com animais em ambientes saudáveis (no monte, nos campos, ...) e não num pequeno apartamento, sentir o vento na cara enquanto se caminha, ver e ajudar seres a crescer e, quem sabe, deitar-se a ler um livro enquanto os animais continuam a sua vida vigiada pelo "bom pastor".

Hoje todos querem ter uma profissão que dê muito dinheiro, ou pelo menos o máximo possível... Se puder nem trabalhar, melhor ainda. Confesso que não é esta última frase que me faz confusão, porque infelizmente nem todos trabalham no que gostariam. O que me faz confusão é as pessoas não terem objectivos. Sejam eles quais forem! As coisas só têm o valor que nos lhes damos. Se queres ser pastor luta por isso! Se quiseres ser contador de estrelas, faz por isso. Eventualmente terás que fazer mais do que isso, mas por vezes os nossos empregos são os "part-time" que precisamos para o nosso verdadeiro trabalho.

A avó do miúdo anda desesperadamente a tentar mudar-lhe as ideias. Ainda lhe sugeriu outro tipo de pastor: padre. Ela até salienta que tem a vantagem de poder ficar com as miúdas mais bonitas. Mas nem assim, nem com as meninas bonitas a que os padres têm direito ele abdica do seu sonho!

Independentemente daquilo que se queira ser, uma coisa tenho a certeza: todos temos de ser os pastores das nossas vidas. Espero que voltem os dias em que será notícia um menino querer ser um bandido ou um político (não façam relações entre as duas profissões que mencionei...).

Boa sorte miúdo!


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Tabaco sem civismo

Por falta de civismo por parte da grande maioria dos fumadores, uma lei teve que entrar em vigor, proibindo estes de fumar em recintos fechados, a não ser que tais locais respeitem uns certos requisitos.

Já há bastante tempo que se chegou à conclusão que o tabaco prejudica claramente a saúde, estando relacionado com vários tipos de asma e cancro (review)

Tendo esta iluminação acontecido, não consigo compreender como houve tanta relutância para com esta nova lei. No trabalho, nos restaurantes, em casa (esta infelizmente ainda vai continuar), a vida do não fumador era posta constantemente em causa.

Não consigo compreender como é que, estando a vida de outros em jogo, certas pessoas ainda digam que faz parte da sua liberdade pegar num cigarro e fumar seja onde for.

A aprovação da nova lei do tabaco foi sem dúvida um grande passo para a protecção da saúde pública em Portugal, em particular, do fumador passivo (apesar de ainda não estar a ser totalmente respeitada). Mas, na minha opinião ainda é insuficiente. Por exemplo:

- é permitido fumar nas paragens de autocarro. Se eventualmente estiver a chover, estando abrigado na paragem e comigo estiver alguém a fumar, terei que escolher entre ficar abrigado e correr o risco de apanhar cancro ou então sair do abrigo e apanhar uma pneumonia. Sem dúvida que são escolhas justas quando do outro lado, bastava que um certo individuo não acendesse um cigarro. Claro que podia reclamar também com os autocarros por estes demorarem tanto.

- não é permitido fumar em recintos comerciais fechados, mas à porta já não há problema. Portando, quando estamos a sair de um edifício destes, temos que passar por uma cortina de fumo desagradável com eventuais riscos. Podemos sempre não respirar e passar a correr.

Esta falta de civismo passa pela degradação do espaço publico. Somos constantemente confrontados com inúmeras beatas no chão, nas ruas, nos passeios, nos jardins, etc. Parece que o tabaco também provoca incapacidades físicas, como a incapacidade de colocar o resto do cigarro no lixo. Porque posso dizer com 100% de certeza que são os fumadores que o fazem.

Eu não sou contra as pessoas fumarem. Eu sou contra o fazerem outras pessoas fumarem sem estas o quererem. E têm todo o direito de não o querer.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Diz-se "Cadeiras" ou "Cadeias"

Desculpem a minha ausência mas tenho estado de férias. E achei que teriam interesse em saber como um porco é morto pela forma tradicional. O meu colega deve-se ter esquecido do prazer de poder assar e desfrutar umas fêveras ali ao lado do bicho.

Mas não foi isso que me fez voltar... Enquanto estava a ver o meu Google Reader (isto é uma aplicação que reúne uma data títulos de noticias numa só interface só para mim em vez de eu ter que de facto abrir as páginas do publico, JN, etc. para procurar coisas interessantes para escrever aqui... a maioria dos jornais são enfadonhos e cheios de publicidade) fiquei assustadíssimo ao ler "Mais de metade das cadeiras regionais estão sobrelotadas". Não imaginam o meu horror a pensar que teria que andar com o meu próprio Puf para descobrir onde me sentar. Felizmente os editores descobriram a tempo o erro mas não foram rápidos suficiente para eu notar.
Eu até sou uma maquina de erros ortográficos nisto mas a questão é que a mim ninguém me paga para escrever direito e nem vocês pagam para ler o que escrevo (ainda não percebi porque carga de água vocês ainda estão a ler isto).
Aproveitando o vosso interesse e a notícia das cadeiras, apesar de haver um sobrelotamento de inumeras cadeias, parece que a capacidade global ainda não foi preenchida ("os 28 estabelecimentos prisionais regionais têm uma lotação de 2545 lugares, dos quais 2487 estão preenchidos...", "As 17 cadeias centrais têm capacidade para 8220 reclusos, acolhendo neste momento 7314.").
Então porque carga de água existem tantos maus cá fora? toca a prende-los e sobrelotar todas as cadeiras! Ou estarão a guardar o espaço para os novos reclusos?

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Matança do Porco

Há uns tempos atrás falava eu com uns amigos franceses, e eles revelaram-me que estava a chegar o dia dos ácaros. Eu estranhei e perguntei-lhes o que era isso do dia dos ácaros? Explicaram que era o dia em que espalhavam ácaros sobre o queijo tradicional que era feito nas aldeias das redondezas para lhe dar o sabor. Achando aquilo muito estranho, até porque estou habituado a que a união europeia acabe com as nossas tradições (como o brinde do bolo-rei), e perguntei se a união europeia não proibia aquilo, afinal os ácaros provocam alergias, sarna e não são muito bons para a saúde. A resposta que obtive foi que sim, a união europeia proíbe mas eles fazem-no na mesma porque é tradição e que não querem saber da união europeia para essas coisas...

Este texto serve de introdução porque há uns dias (3 dias ou 30 não vou especificar) assisti a uma matança do porco tradicional.

E tal como a tradição dita, o porco foi trazido para local da matança, as crianças fizeram-lhe festas, ele andou pelo pequeno espaço que foi destinado a brincar e a roncar todo contente. Até que certa altura a multidão começou a juntar-se e soltou-se o porco do cercado. Ele começou a ver que alguma coisa se passava e, assustado, começou a tentar esconder-se. Algumas pessoas mais joviais tentaram apanhar o porco com as próprias mãos, mas ele escorregava-lhes, provocando as mais variadas gargalhadas.
Encurralaram-no a um canto, quatro pessoas rapidamente pegaram-lhe nas patas, içaram-no e colocaram num banco. Neste momento ele começou a guinchar de aflição, berrava, não acredito que houvesse um único lugar na aldeia em que não fosse ouvido o porco. Nesse momento chega o matador e o padre. O padre benze o animal, o matador, o que trabalha no talho, e espeta-lhe uma faca enorme no coração, o grito do porco agudiza-se, o sangue começa a jorrar, o corpo começa a agitar violentamente, as quatro pessoas quase não o conseguem aguentar.
Por quinze minutos ele berrou, cada vez mais fraco, enquanto o sangue lhe saia pelo buraco que o matador lhe tinha infligido, cada vez ele se mexia menos e menos, de vez em quando um espasmo, os quatro que lhe seguravam já quase não faziam força, aquele animal finalmente calou-se.
Em seguida pegou-se num fardos de palha que tinham sido trazidos da casa do agricultor mais rico da aldeia, colocou-se o porco no chão e espalhou-se a palha sobre o porco. Pegou-se fogo.
Com isto queimou-se os pêlos do porco.
Por último o matador, começou a abrir o porco, a cortar parte por parte. As crianças olhavam com admiração para dentro do animal a que tinham feito festas à meia hora atrás. Vai separando as partes para serem aproveitadas para diversos fins, chouriços, salpicão, bifes, quase tudo é aproveitado. Na barriga do porco vai-se amontoando uma poça de sangue. A certa altura o matador corta um bocado no "traseiro" do animal e inclina-o, fazendo jogar o resto do sangue pela sarjeta. "Eh pá que este era fêmea, estava com o período", goza um dos ajudantes. O matador acaba o trabalho e deixa a carcaça do porco a repousar. Amanhã vai haver festa na aldeia!

P.S. Os franceses ainda usam brindes na galette des rois (bolo rei local) e não querem saber de leis.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Pronúncia do norte



Bem vindos a 2009, o ano da crise!

Há um prenúncio de morte, vindo de lá de Lisboa que, como tontos já tinham afirmado que a crise seria algo de ligeiro e ultrapassável. Acho que a crise afectará em especial a capital do país devido à grande necessidade de investimentos que esta necessita e ao sector de actividade da indústria que lá se concentra!
Se dividirmos o país em duas partes, temos um Hemisfério fraco outro forte, temos a capital que chamou para si as direcções das grandes empresas em Portugal, e o norte que apenas ficou com centros de produção e pequenas ou médias empresas. Por isso em cenário de crise poderemos ver algumas multinacionais a fechar os seus escritórios e representações (Especialmente em Lisboa, Auto-Europa em Palmela e Qimonda em Vila do Conde). Mas apesar de pensar que com isto tudo, as pessoas do sul sairão a perder mais do que as do norte, o meu maior medo é que o governo esqueça que a bússula exista e olhe apenas para Lisboa quando a crise chegar, um bocado como aconteceu ainda agora com o caso do aumento dos casos de gripe em que apenas os centros de saúde de Lisboa e Vale do Tejo foram reforçados,
apesar de Lisboa já ser o local com mais cuidados médicos disponíveis por habitante (será que não há excesso de doentes noutras regiões? Ou a ministra teve de esperar 5 minutos para ser atendida?). Chega a ser frustante ver o norte do país definhar com a falta de investimento e ver tudo a ser investido numa capital de vidro...

Tal como na musica, cá pelo norte já não temos barqueiros nem havemos de remar. Vamos encontrar caminhos novos para andar!