segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

As cores do magalhães

O projecto Magalhães prepara-se para mostrar as suas verdadeiras cores, que ficarão bem visíveis no próximo ano. 
Em ano de contenção (para variar) o estado criou um programa inovador para que todos os portugueses pudessem aceder á internet, tendo como meta o numerário de 500mil portáteis com ligação móvel á internet.
Ora aparentemente até agora apenas obteve 230 mil subscrições, o que aparentemente vai obrigar a que o estado possa vir a ser forçado a pagar o investimento das operadoras. Alguem vai ter que me explicar que investimento foi este... A cobertura de Portugal para este serviço ? Mas não é a sua obrigação ao fornecer novos serviços? 
Não bastando isso vim a descobrir que apesar das expectativas dos 500 mil, até ao momento apenas foram atribuidos 35 mil unidades... Ora com expectativas tão altas, não deveriam ter sido providenciados meios para atribuir rapidamente os portáteis (juntamente com o dispendioso investimento das operadoras... afinal elas já fizeram esse investimento certo?)
Ora enquanto por cá ainda esperamos pelos nossas calculadoras azuis, a PT prepara-se para expandir este projecto ás nossas colónias (Ups! Esqueço-me sempre...), preparando-se para distribuir computadores Magalhães no Brasil e na Namíbia(e até já distribuiu alguns computadores. Por cá continuamos à espera)... Esta operadora parece-me muito bem nos investimentos... 
Mas comecei a divagar... O que me tinha chamado a atenção na notícia era que as autarquias e escolas que em anos anteriores teriam investido na expansão da acessibilidade á internet (com redes wireless e afins que permitem o acesso á internet através de uma rede/ assinatura única) deparam-se agora com a factura de centenas de  facturas do acesso individual  de computadores Magalhães: 
A Câmara Municipal de Paredes confirma que recebeu um e-mail da Direcção Regional de Educação do Norte com a proposta do Governo para o pagamento das mensalidades de internet dos alunos do 1º ciclo com o computador Magalhães. 

Parece-me que apesar de um programa inovador, a questão de obrigatoriedade de adesão a uma ligação á internet, oferece apenas um "tacho" ás operadoras e vai diminuir a adesão a este programa, senão ora vejamos, uma família com duas crianças (sim, eu sei que já falei no envelhecimento da população mas pensar assim) que já tenha uma daquelas ligações por cabo já com TV, internet e telefone, que interesse tem em aumentar as suas despesas mensais em 20-60€ por mês para uma ou duas  ligações à internet (são os dois filhos do mesmo pai. Porque haveria um de ter o Magalhães e o outro não) ?
Ou porque haveria uma família de prescindir de uma ligação fixa (com outros serviços) por uma ligação móvel , quando apenas precisa de aceder á internet a partir de casa ou do trabalho (assumamos que este também tem acesso à internet)?   

A por fim, procurei as origens do Magalhães, o primeiro computador Português... essencialmente um Classmate PC com uma linha de produção em Portugal, monopolizada pela JP Sá Couto. Não é a primeira linha de produção em portugal de portáteis! Vem, pelo menos parece que pelo menos as RAM do Magalhães já são da Portugueses, produzidos pela Qimonda.
E para uma empresa que recebeu uma encomenda de 500 mil está a trabalhar devagar... E enquanto os nossos estudantes esperam, o Magalhães vai surgindo "lentamente" à venda nas lojas. e o nosso primeiro ministro dá Magalhães aos  alunos apenas para a foto!

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