Mas ao mesmo tempo, quando abro o jornal ou na Internet, vejo variados anúncios onde são pedidas pessoas para trabalhar, ou quando passeio na rua, vejo muitas lojas a pedir trabalhadores.
Mas se há tanta gente assim desempregada como é que há tanto emprego por preencher?
Há excesso de pessoas com determinadas competências e falta destas em noutras áreas, dirão uns. Sem dúvida que é uma das explicações.
Há uns anos atrás, após alguns anos a ensinar, fiquei algum tempo desempregado a receber subsídio de desemprego. Durante esse tempo, tive que me apresentar quinzenalmente na minha junta de freguesia, onde tinha que entregar um papel para me assinarem e recebia outro para ser assinado quinze dias depois. Nem me perguntavam se estava a procurar emprego ou se de algum modo estava a aumentar as minhas competências profissionais.
Assim, compreendo que seja difícil encontrar emprego enquanto estamos a receber um subsídio para o qual não pedem qualquer justificação. Este subsídio, deveria ser um incentivo para de um melhor modo tentarmos, com uma postura dinâmica, dar um rumo (novo ou não) à nossa vida.
E como o subsídio de desemprego temos o subsídio de rendimento mínimo. O que é que preferes? Receber um certa quantia sem fazer nada? ou ter que trabalhar para receber mais 10 euros?
Hoje ao ler o jornal vejo que "Subsídio de desemprego social alargado para 18 meses".
Prolongar subsídios destes, por si só, apenas vêm prolongar a preguiça. Parece-me claro, que o principal objectivo, é a de fazer propaganda política. As eleições estão aí?!!Hoje ao ler o jornal vejo que "Subsídio de desemprego social alargado para 18 meses".
4 comentários:
A existência de um subsidio de desemprego parece-me essencial. Poderiam, os vários centros de emprego, fazer o trabalho de procura de emprego (uma vez, que como dizes, é só andar na rua para ver as tantas ofertas de emprego) por aqueles que la estão inscritos. E se estes recusassem mais de duas propostas de emprego, então cortar no subsidio. Isto parece-me sim justo (sem grande reflexão e conhecimento sobre o sistema).
Mas confesso que a maior parte daquilo que tenho visto como oferta de emprego são empregos em grandes superficies comerciais. E apesar de haver muito desemprego entre jovens há muito desemprego na meia idade, e não estou a ver a Sra Dona Maria ir trabalhar para a Zara ou fazer trabalho de caixa no supermercado. Para os homens parece haver sempre a construção civil e para as mulheres, limpeza de escadas. Simples ou complicado. Eu acho complicado.
É, sobretudo, um problema cultural. Ou melhor, dois: a esquisitice inerente ao português trabalhador, porque há empregos mais empregos que outros, até quando a necessidade aperta; e a esquisitice do português contratante que ainda vai hierarquizando o potencial de trabalho e a experiência adquirida como uma pirâmide inversa.
O subsídio de desemprego é, como já foi dito, essencial. Uma sociedade equilibrada deve abolir marginalizações legais e fomentar a que todos se sintam parte dela. Isto, claro, deveria ser construído na boa fé de ambas as partes - contratado e contratante; mas em Portugal acha-se melhor ir contra o modus operandi do zé povinho e obrigá-los, qual recluso em liberdade condicional, a ir assinar o papelinho de vez em quando e aceitarem o que lhes dão.
Um àparte: o sistema de subsídio de desemprego na Dinamarca é voluntário, tem uma duração máxima de (!) 5 anos - podendo extender-se ainda mais em vários casos excepcionais - pode cobrir até 90% do anterior ordenado. Em traços largos. E, no entanto, a Dinamarca tem a mais baixa taxa de desemprego da União Europeia, coisa de 1.9% em Janeiro deste ano. Dá que pensar.
Sim sem duvida um problema cultural que após 20 anos de estudo, e milhares de escudos/euros gastos na minha educação, possa um dia ver-me obrigado a contentar-me com um ordenado mínimo, em que tenho que apertar o cinto todos os meses, a trabalhar além das 40 horas semanais, numa posição que não tem nada a ver com aquilo por que lutei, por que estudei.
Pronto, não tenho razões de queixa até hoje mas talvez tenha tomado as opções certas no que diz respeito à área , que felizmente sempre me senti vocacionada nesta coisa de bichinhos dentro do computador que faz o mundo girar.
Mas eu vejo muitas pessoas que estão perdidas, desorientadas (ou que foram desorientadas por uma má gestão de distribuição de competências dos recursos humanos de Portugal para o futuro). O que se quer hoje em dia é um canudo, num interessa para que serve... Provavelmente muitos dos canudos não servem para nada.
A realidade é que Portugal tem de facto mão de obra qualificada em inúmeras áreas mas não tem oferta nessas mesmas áreas.
Tenho uma pessoa que sempre me dizia "estuda para a frente! Um dia vai ser nem que seja para porteiro, ficas à frente do resto!". É assustador que ouço esta frase há anos... E de facto é o que acontece hoje em dia. Acumulamos competências em literatura, geografia e matemática para amanha apresentarmos os nossos diplomas no concurso publico para segurança no novo Shopping ou para servir amostras de perfumes em frente à loja.
Cursos hoje em dia não faltam, qualquer um pode ter um canudo. Faltam as oportunidades num pais em crise...
Bem, pelo menos ainda há tachos!
Tudo tem de ter conta peso e medida.
Mas dá que pensar, quando marido e mulher dão 20 ou mais anos a uma empresa numa pequena terra do interior e a empresa vai à falência...
Filhos a estudar, uma casa meia paga,uma idade entre os 45 e 50 anos,como recomeçar?
O subsídio dura para uns meses... o emprego não aparece e a reforma está longe.
Tem de haver uma maior fiscalização e penalizar a fraude.
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