Eu sou a favor das centrais nucleares. Sou contra o facto de Portugal não ter nenhuma.
Está bem que uma central nuclear é um perigosa se acontecer algum problema nos reactores, mas os acidentes podem ser evitados e apenas em países em que existe uma degradação do sistema (como em URSS dos anos 80) essa manutenção não terá sido levado muito a sério. Hoje em dia existe uma nova geração de centrais que pode ser muito bem implementadas em Portugal com as melhores condições de segurança. Mas atenção não estamos a falar de centrais que foram inventadas ontem, em cima dos joelhos, isto é tecnologia com mais de cinquenta anos de desenvolvimento, seria como nos anos 90 ter medo de comprar um computador com medo que ele lhe explodisse na sala de estar.
A energia nuclear produz lixo nuclear, lixo esse que demora 40 anos a perder a 99,9% da sua radioactividade, parece bastante, mas quanto tempo levará a perdermos as quantidades monstruosas de CO2 invisível liberdade pela combustão de resíduos orgânicos? E podem ser armazenadas pacificamente em locais seguros (ou vendidos a países em vias de desenvolvimento).
Sem dúvida seria uma solução para parar a dependência portuguesa aos super-poluidores carvão e petróleo e seria também a solução para cumprir o protocolo de Kioto.
P.S. No final de escrever este texto reparei que acaba de ser publicada uma notícia sobre a construção de mais centrais nucleares no Reino Unido. Cada central poderá gera cerca de 9 mil postos de trabalho e são consideradas essenciais na política ambiental do país.
Pela 87ª vez...
Há 11 anos
2 comentários:
Ideologicamente concordo contigo. Sobretudo na importância que uma ou várias centrais teriam para o aumento da autosuficiência do país em termos de produção de energia eléctrica.
Colocam-se, no entanto, quanto a mim, duas ou três questões que não são facilmente ultrapassáveis:
- O investimento inicial para a construção de uma central estima-se à volta de 3,5 mil milhões de Euros. Com os habituais desvios orçamentais, 10 mil milhoes. Isto, provavelmente, sem a possibilidade de recorrer a fundos comunitários. Teriamos que abdicar de projectos tão importantes para o país como o aeroporto, o TGV, ou o novo carro do Sócrates;
- A dependência em relação ao petróleo e gás provenientes de países politicamente instáveis, só seria reduzida com a remodelação do sistema de transportes (O carro eléctrico já esteve mais longe);
- O tratamento dos residuos nucleares talvez seja um pouco mais inquietante do que sugeres. E num país onde não consegues transformar uma cimenteira numa incineradora sem provocar uma insurgência social, onde propões a instalação dos reactores?
Longe de minha casa.
Estava a pensar na margem sul, uma vez que o ministro das obras publicas já afirmou que aquilo era um deserto!
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